sábado, 26 de setembro de 2009

Ainda que eu ande pelo vale da sombra da morte, não temerei mal algum pois tu estás comigo.

Eu estava muito saudosa de minha casa,minha familia, de meus irmãos em Cristo e meus vizinhos tão queridos.Embora a visita fosse todos os dias, e eu estivesse cercada de carinho, Hospital é Hospital.A Sheila ficou preocupada com o estado de minhas mãos e braços, levou um Reparil Gel para que os hematomas melhorassem,vi nisso um gesto de amor ,pois Crerry já estava tão sobre carregado e cansado, não perdia um dia de visita. Zé e Liliam estavam sempre juntos com Sheila vendo nossas necessidades, e eram presenças constantes no hospital.Quero citar:Ageu [meu Partor], Maria,Carlão, Marquinhos e Marize, que choraram como crianças ao meu lado.Pascoala,ex- sogra de minha filha[avó de Amora],Alexandre meu atual genro, minha filhota, meus meninos[os gémeos]Neuza,Ângela do RH DO inca que era minha vizinha,fora outros que não recordo pois estava ainda muito sedada.As vezes ficava pensando em pitchula, minha gatinha, que havia dado a luz uma linda ninhada,pensava como estariam os gatinhos.Meu Pastor alemão, Shalom não comia e chegou na ficar magro e triste,pois tenho um amor muito grande por meus animais.Pode parecer futilidade para muitos, porém para mim faz parte de minha vida.Em meio a todo esse amor só tenho que agradecer ao pai por essas perólas que o Senhor acrescentou em minha vida.O'Tempo passava e as dores não diminuíam, e eu consequentemente não dormia, e isso estava causando-me esgotamento mental e físico o que não era pontos a meu favor. No quarto dia vi a equipe de Dr. Gilberto entrando na enfermaria e vieram até meu leito,procurei meu centurião e não estava.Perguntei a um dos assistentes dele que eu mais simpatizava, onde ele estava, ele respondeu que estava em cirurgia, e não havia dado tempo dele comparecer, isso foi ruim para meu emocional, pois sabia que fariam algum procedimento comigo e eu estava apavorada com as dores.Foi quando percebi todo o material de curativo sendo manuseado por eles.Perguntei o que fariam e o assistente que citei disse-me que fariam o meu primeiro curativo,gelei pois tinha visto um em uma Senhora quando dei entrada naquela unidade com o mesmo tipo de câncer que tive,Depois disso Celeste foi internada no mesmo leito.Colocaram um lençol e disseram para eu não fazer manha[brincadeira],mas avisaram que doeria muito, por isso pedi uma toalha limpa que levei para morder.Seria melhor morder uma toalha do que gritar como louca,pois eu já estava sentindo dor.Começaram a manusear algo de dentro de mim e a dor estava indo as raias da loucura e eu quase sangrei a boca, pois apertava a toalha mais e mais. A dor começou a aumentar e tive medo de não suportar pois eles estavam tirando mexas de gaze enormes onde era o meu reto.Pensei que tinha acabado, mal sabia eu que só tinha iniciado, pois eles começaram a retirar algo de dentro de mim que eu não sabia o que era, e as dores eram tão lancinantes que quase apaguei, minha pressão desceu demais.Eles perceberam minha palidez e a toalha afrouxada de minha boca,eu falei vou morrer.Perceberam que havia algo errado e detectaram a pressão arterial antes de um óbito.[muitos pacientes morrem com a intensidade da dor, pode acontecer uma parada cardíaca,sem volta.]Estabilizaram minha pressão e me monitor-aram para continuar com o curativo, não podiam parar, e eu de me livrar daquele momento terrível. Continuaram puxando algo de dentro de mim,era uma eternidade de pavor porém conseguiram,e pude ver uma luva cirúrgica cheia como se fosse uma bola de aniversário, finalmente retiraram e senti um alivio acompanhado de dor,porém havia terminado.Tive noção que minha cicatrização seria de dentro para fora,então fiquei paralisada,pois mil pensamentos vieram e eu lembrei que tinha uma colostomia.Como eu só tomava soro e estava cheia de tubos isso passava por minha cabeça em flash,pois eu recusava olhar, meu emocional bloqueou esse detalhe tão doloroso que teria de conviver para sempre.

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