sexta-feira, 25 de setembro de 2009

AINDA QUE EU ANDE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE, NÃO TEMEREI MAL ALGUM,PORQUE TU ESTÁS COMIGO.

Hoje depois de muitos dias  senti-me mais fortalecida para continuar postando, a dor é mais ténue embora eu não entenda  como uma família se dissolve, e os planos feitos a dois  evaporam como fumaça, eu fico imaginando como isso ocorre embora tenha consciência que tudo é um processo.Reporto-me a UTI onde estava quando postei a última vez e das dores que sentiria durante seis dias e seis noites. A primeira manifestação do milagre de Deus em minha vida, foi a curta permanência que fiquei na UTI. Meu organismo respondeu milagrosamente a todo o processo cirúrgico gravíssimo que passei, e isso surpreendeu a todos da equipe , principalmente ao Dr. Gilberto.Apenas vinte quatro horas permaneci  na UTI ,estava muito confusa ainda, e dopada de morfina quando ouvi meu Centurião dizer que eu desceria para a enfermaria. Não entendi nada, pois tinha uma paciente com o mesmo diagnóstico que  ouvi naquela tenebrosa noite.Pude escutar as enfermeiras conversando baixinho,elas estavam comentando sobre uma paciente que já estava exatamente a três meses lutando contra a morte,  eu pensei que estavam falando de mim.E Diziam: Coitada, tão nova e todo esse tempo nessa gravidade, coitado do marido dela telefona todo dia e quando vem sai arrasado.Nesses momentos eu tinha acordado e como já citei a UTI estava escura apenas com luzes bem fracas, pois vinham da outra sala.Minha cabeça não concatenava os pensamentos em sequência e achei que eu era a paciente, e tive uma sensação terrível que estava morrendo. Pensei em Cherry mas não conseguia nem chorar, era muita morfina com anestesia.Só depois de algum tempo ouvi novamente falarem sobre a coitadada paciente e completaram a frase: Dona Terezinha não está reagindo mais a essa medicação, vamos falar com dr. Gilberto, coitado do marido dela é tão gente boa. Então entendi embora muito atordoada que não se tratava de minha pessoa,  meu coração ao mesmo tempo que recebia a noticia e mesmo muito longe do meu raciocínio normal se alegrou,mas eu senti dor por essa pessoa que era uma mulher como eu e que sofreu o mesmo procedimento, uma De Milles ou seja amputação do reto e colostomia definitiva. Foi quando derramei minhas primeiras lágrimas, embora sem entender muito a situação.

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