sábado, 26 de setembro de 2009

AINDA QUE EU ANDE PELO VALE DA SOMBRA DA MORTE MORTE, NÃO TEMEREI MAL ALGUM,POIS TU ESTÁS COMIGO.

Depois de passado tudo que relatei, e do Centurião Liberar minha ida para a enfermaria de três leitos, eu achava que ele me desceu por não haver saída para o meu diagnóstico e eu teria acesso a minha família nessa fase. Eu continuava toda entubada e com dreno, nessa fase pedi a Cherry que não permitisse o acesso dos meus filhos o quadro seria muito chocante para eles. No alto havia tantos frascos de soro que eu apelidei de lustre, eram muitos frascos e entendi que ficaria sob o jugo das agulhas durante muito tempo.Perguntei ao Dr.Gilberto o que o motivou a me retirar da UTI se a previsão era longa, ele respondeu-me : Você não diz que tem um Deus poderoso, pergunte a ele.Eu fiquei muda e maravilhada embora a dor não me desse trégua e eu visse a parede em frente toda colorida[efeito da morfina] como se alguém estivesse pincelando as nuances. Cherrry chegou ao INCA logo depois que eu desci e também ficou estático diante da decisão do Dr. Gilberto. Houve uma conversa entre os dois, e muito tempo depois Cherry veio até meu leito e falou baixinho: Está tudo bem amor, a sua reação pós- cirúrgica foi sem explicação, mas nós sabemos quem está nos presenteando com essa benção.Ele saiu, e foi quando começou a maior maratona a nível de dor que já senti em toda a minha vida. era uma dor tão grande que eu  não conseguia esquece-la mesmo que me esforçasse, eu estava quase indo as raias do desespero tamanho era o nível da dor, e quando pedia analgésicos  a resposta era não, estava tomando alta dose de morfina diretamente na medula.Qualquer deslize seria óbito então eu não teria outra opção a não ser sentir dor, e isso não me deixava dormir hora alguma. Na primeira noite a Neuza foi minha acompanhante, porém eu senti que ela estava sofrendo em me ver naquele quadro em que nada poderia ser mudado. Minha veia fugia do soro com imensa constância e isso deixou uma enfermeira irritada pois ela achava que eu era responsável. Por isso ela tentou pegar minha veia com uma agulha gelco quatorze que só é utilizada em emergência máxima de pacientes super- desidratados e assim ela deixou meus braços negros, estourou minhas veias enquanto cantava. Minha prima chorava, eu também, então meu Pastor encheu aquela enfermaria com sua presença e eu clamei em minha quase insanidade que ele tirasse aquela mulher e que enviasse um anjo em meu socorro. Nesse instante entrou uma enfermeira e com autoridade perguntou a ela porque fez aquilo,e ela saiu sem nada falar como se temesse algo. A que assumiu procurou uma veia com um escalpo e me falou olhando nos meus olhos:Voce acredita em Deus? eu falei só creio nele, então ela avisou novamente que iria imobilizar minha mão e que eu não mexesse com o braço para que a veia não fugisse,pois seria muito dificíl achar outra. Fiquei agradecida ao Pai por sua misericórdia e não mexi mais com a mão, e isso deu algumas complicações.




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