sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Na enfermaria que fiquei, tinha uma senhora ainda jovem que amei muito, seu nome era Celeste ela era muito doce, no leito do meio estava uma senhora já com mais idade e estava com suspeita de câncer de esófago, porém ela não tinha a mínima noção da gravidade, gostava de conversar todo o tempo.[achei que podia ser um pouco de ansiedade] Celeste teve um [CA] de intestino mas o Senhor foi bom, foi descoberto no início,e ali dividíamos algumas coisas para não tocarmos muito no assunto pois todas sabíamos no fundo que passaríamos por processos de dor. Minha cirurgia foi marcada para terça-feira, dia 17 de Abril era um sábado e eu estava sentada em minha cama morrendo de saudades de meus amores, quando o Centurião entrou na enfermaria e caminhou em minha direção. Eu fiquei alegre pois ele sempre foi uma bênção quando estava comigo.Estranhei e perguntei o que ele fazia naquele lugar todo arrumado e perfumado e ele respondeu: Vim ver meus doentinhos, você sabe que me casei com a medicina, e vocês merecem o melhor. Eu senti algo no ar, e perguntei novamente o porque ele ali naquela hora e ele olhou-me durante um tempo abraçou-me sentado-se ao meu lado e disse-me: O que tenho para te dizer está doendo em mim, mais do que tu imaginas, porém nunca te enganaria, pois sempre fomos leais e o seu marido foi o primeiro que comuniquei, eu amo muito vocês e quero transparencia em nosso relacionamento pois sei que vocês tem fé e seguem a um Deus.Não sabia o que pensar, então olhei dentro dos seus olhos e disse: O que falta mais no meu cálice que você me escondeu?ele falou meio emocionado, então percebi que estava quase chorando, com seu jeito gaúcho falou; pode me socar , vá me bata vai doer menos em mim se eu conseguir falar.Emudeci e afrouxei minhas mãos, e ele murmurou mais baixo; talvez tu percas a vagina,mas farei o impossível para isso não acontecer agarre-se com seu Deus.Chorei muito e perdi a noção do tempo que ficamos ali sentados tentando conter o que sentíamos, mas em minha cabeça eu me via castrada como um animal, e chorava mais ainda. Demorou muito,então ele foi embora, e eu fui chorar no banheiro e falar com meu Bom Pastor sobre o que estava acontecendo, eu estava fora de órbita e não conseguia voltar, minha cabeça rodava e fui para a cama cobri-me toda e chorei até que o cansaço tomasse conta de mim. Não contei esse fato as minhas amigas da enfermaria e só pensava em Cherry, em nosso amor nos seus carinhos, eu queria seus braços, seus ombros grandes ,e chorava mais ainda e confesso sem hipocrisia alguma entendi por um momento a solidão que JESUS SENTIU NA CRUZ. E eu pensava meu Pai onde estás? preciso de ti senão vou morrer de dor, estava doendo muito não sei descrever a dor, só o Pai sabe.

3 comentários:

Ana Cleide Pacheco disse...

É realmente uma experiência muito forte e inimaginável. Louvo a Deus pela sua vida e por tudo que tem postado. São coisas preciosas demais!

lisbrasilIblogspot.com disse...

Que minha experiência venha edificar muitas vidas. Lis

Ana disse...

Nossa Elisa que fase dificil você passou, de certa forma imagino o que deve ter sido passar por um problema tão forte assim. Você foi muito integra e forte ao se dar a Deus mesmo com todo esse problemão, pois nós somos tão injustos que acabamos sendo ingratos com Deus.Como te admiro por tudo isso. E agradeço muito a Deus por ter colocado você e sua família em meu caminho. Adorei ter conhecido vc.